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COMO EVITAR TRAUMAS INFANTIS?

  • Foto do escritor: Gillian Site
    Gillian Site
  • 7 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura


Algumas mães não desejavam ser mães ou sentem dificuldades para construir esse papel, podem estar passando por um momento difícil ou uma depressão pós-parto. O resultado é uma criança mal acolhida e a vivência do desamparo primordial em que todos nascemos, se torna traumática.

Para Winnicott, o cuidado negativo, ou a falha da mãe em atender as necessidades do bebê, enfraquece o ego dele, fazendo com que sobreviva falsamente.

O amor materno dá uma segurança, uma força oriunda do fato de que um dia fomos amados, que significamos algo para alguém. O bebê precisa se achar viável, estabelecer relações com a realidade externa, achar sentido no fato de estar vivo e adquirir o estatuto unitário do EU SOU.

O sentido ético do cuidado é o da aceitação da responsabilidade. O cuidado materno não mais como um PODER SER, mas um DEVER SER. Socialmente pensamos que o vínculo afetivo deveria ser natural, mas algumas vezes existe um distanciamento emocional.

A humanidade é falha, difícil procurar a culpa de alguém num modelo romantizado de família. Sentimentos de amor e ódio são antagonistas e presentes nas relações, mesmo assim precisamos do ingrediente principal, o amor na construção dos afetos.

Atualmente vivemos num mundo onde fazemos várias coisas ao mesmo tempo, as fronteiras entre trabalho, lazer, família, cuidados com as crianças estão misturados e acontecendo simultaneamente. Sob o ponto de vista de Winnicott, é fundamental a presença e dedicação da mãe ou alguém que represente esse papel, pois até os 6 meses o bebê precisa do ego da mãe para existir, ele e a mãe são uma só pessoa. É uma dependência total. Assim, a mãe deve ser suficientemente boa para atender as necessidades do bebê, mantendo a sensação de onipotência do bebê, para só depois gradualmente, ir desiludindo-o. Ou seja, vai retornando a suas atividades de trabalho e compromissos.

Existe uma pressão social para a mulher dar conta da maternidade, do trabalho e ainda assim manter o corpo esculpido e em forma pela academia. Nesse mundo digital, acompanhamos famosas postando nas redes sociais que após o parto em aproximadamente 1 mês já estão com o mesmo corpo que tinham antes da gravidez. Ou seja, a dedicação passa a ser a academia para satisfazer o seu narcisismo e não a dedicação às necessidades do bebê.

Não significa que essa criança se tornará um psicopata assassino, mas é um modo de tornar o ambiente com algumas falhas. Um bebê precisa se achar viável, estabelecer relações com a realidade externa, achar sentido no fato de estar vivo. A consequência é que, se o bebê precisa estar atento demais a um ambiente hostil, termina em busca de um controle, mimetizando os adultos à sua volta e constituindo um falso self protetor com base na submissão, ou seja, excessivamente “bem adaptado”. Isso compromete seu viver criativo e fica com uma sensação de inutilidade.

O sentimento que o bebê tem em relação a um ambiente falho é o desamparo. E quando adulto, sente um sofrimento e não sabe porque sofre, apresenta pessimismo, desconfiança e um certo infantilismo emocional. Por isso, a importância da família de adaptar-se à criança, acolhendo-a de maneira afetiva.



Gillian Rabelo – Psicanalista

Atendimento on line +44 7857 948091

 
 
 

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